Os gêmeos nasceram no final de 1919, mas a pandemia da gripe espanhola acabou por levar um deles à morte, com poucas semanas de vida. Philip Khan, sargento da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, acabou por chegar aos 100 anos de vida. Era o veterano mais mais velho do condado de Nassau, nova Iorque.
Durante a guerra atuou como engenheiro e co-piloto, mantendo os aviões abastecidos, numa tarefa que lhe valeu a condecoração com duas Estrelas de Batalha de Bronze. Depois do serviço militar, o veterano trabalhou como eletricista na construção do World Trade Center.
Nos últimos anos de vida, Kahn morava sozinho, em Long Island, onde fazia diariamente caminhadas de um a dois quilômetros.
O neto, Warren Zysman, contou à CNN que, antes de morrer, o avô receava passar por uma nova pandemia.
“Foi algo que ele mencionou com bastante frequência”, disse Zysman. “Eu conversava com ele, e ele dizia: ‘Eu disse que a história se repete. 100 anos não são tão longos assim.'”
Ao longo do século que se seguiu à morte de Samuel, Kahn fez questão de manter viva a memória do irmão, e falar nele recorrentemente, segundo Zysman. “Claramente havia um vazio no coração por nunca ter conhecido o irmão gêmeo”.
Ciente do que estava por acontecer no mundo por causa do coronavírus, como conta Zysman, Philip Khan acabou morrendo, de Covid-19, no dia 17 de Abril, depois de ter tido tosse e outros sintomas respiratórios associados à infeção. Estaria consciente, segundo o relato do neto, de que provavelmente tinha contraído o vírus.
“Ele falou muito sobre o irmão nos últimos dias”, disse Zysman. A família não chegou a obter os resultados do teste antes da morte. “Ele sempre quis um grande funeral militar, mas não conseguimos proporcionar a ele”, lamenta o neto.
Ao invés disso, o cemitério providenciou para que duas pessoas, nas forças armadas, realizassem uma cerimônia militar. E um homem, cujo pai foi um fuzileiro naval durante a Segunda Guerra Mundial, tocou a corneta, à distância.