Em 2010, aos 31 anos, sem nunca ter feito nenhum tipo de tratamento ou indução da gravidez, ela descobriu já aos dois meses de gravidez que seriam múltiplos. Hoje aos 39 anos, se vira em mil para dar conta de tudo sozinha (o pai não participa da vida das meninas desde que eram bebês) e a dedicação às filhas é exclusiva.
Sidnéia conta que engravidou de um menino em 2008, que faleceu poucos dias após nascer. Ficou devastada e todas as noites rezava pedindo para ser mãe de novo. “Acho que pedi demais”, é o que responde, brincando, sem perder o bom humor, mesmo quando fala da vida sem tempo livre. “Todos os dias preciso correr para dar conta de tudo. Preciso sempre estar bem com muita disposição e vontade”.
Atualmente, Sidnéia recebe recursos da lei estadual catarinense que ajuda na renda de famílias com trigêmeos, trabalha eventualmente como fotógrafa em festas infantis aos finais de semana e faz calendários com fotos das filhas para empresas no fim de ano, além de contar com apoio da família e doações.
A seguir, confira um pouco da vida da mãe das quíntuplas Evelin, Isadora, Poliana, Samanta e Vitória. “Costumo dizer o seguinte: os trabalhos e as dificuldades não sei se já passaram, se estou passando por elas ou se ainda vou passar”.
O nascimento das quíntuplas foi muito noticiado. A cobertura do parto passou até na TV e em jornais locais. “Era expectativa para ver se todas nasceriam bem”, conta Sidnéia. No começo, recebiam muitas doações de fraldas, roupas e alimentos. Muitos curiosos apareciam para visitar. Com o passar do tempo, as ajudas diminuíram, mas a mãe das quíntuplas divulga em seu Instagram número de telefone e e-mail de contato para salientar que “tudo é muito bem-vindo” de doações o ano inteiro, seja de alimentação, roupas, calçados e materiais escolares”.
Mesmo não sendo idênticas, as meninas saíram da maternidade com as pulseirinhas de identificação do hospital. Isso porque outras pessoas ajudariam a mãe nos cuidados com as quíntuplas e era preciso não confundir nenhuma das bebês na hora de dar comida ou medicações, por exemplo.. “Deixei por um longo período e depois foram substituídas por pulseirinhas de joia. Mas eu, a mãe, sempre as reconheci. E sempre tive o cuidado de cada uma sempre ter o seu berço, sua própria chupeta, mamadeira…”
Quando uma chorava, a outra chorava também? Bom, em muitos momentos, quem tem mais de um filho sabe que isso é uma cena inevitável. E com quíntuplas em casa, a única solução é tentar manter a calma. “Eu ficava desesperada, mas tentava logo resolver. Na fase de bebês era tudo muito cansativo e desgastante. Minha mãe (Nair) e meu pai (Sebastião) sempre estavam conosco para ajudar nos cuidados, mas era muito intenso”. Foi quando decidiu contratar babás para tentar fazer as tarefas com mais tranquilidade. “Nosso dia a dia era composto de troca de fraldas, alimentá-las, fazer algo para entreter, dar banho etc”.
Hoje em dia, com 8 anos, elas se tornaram mais independentes e os dilemas são de outra natureza. Tomam banho sem ajuda, escolhem suas próprias roupas, guardam os brinquedos e às vezes ajudam nos afazeres. Mas tem dias em que é bem exaustivo para a mãe. “Quando todas lavam os cabelos, até pentear todas e desembaraçar demora. E toda semana tem os cortes de 100 unhas. E imagina quando resolvem pintar, meu Deus”, brinca a mãe. E tem aquele tipo de situação que toda mãe de mais de um filho sabe: as brigas, as intrigas… “Os momentos das tarefas e de estudar para provas também são complicados, pois preciso me dividir para dar atenção para todas.”
Você sabe como se faz para organizar a alimentação e a troca de fraldas de cinco crianças? As filhas de Sidnéia saíram da maternidade com 2 quilos cada bebê, então era preciso cuidar bem o desenvolvimento de cada uma. No começo, a alimentação e a troca de fraldas eram de 2 em 2 horas. Tudo era anotado em um caderno, exatamente cada detalhe: se fez cocô, xixi, qual a consistência, se vomitou, qual medicação tomou. “Começava sempre por ordem de nascimento: Evelin, Isadora, Poliana, Samanta e Vitória. Se tinha mais uma pessoa para ajudar, fazíamos ao mesmo tempo, mas aí no próximo horário corríamos o risco de todas chorarem juntas por conta da fome”. Quando estava sozinha com as cinco, improvisava: “Colocava as meninas nos carrinhos e empurrava com os pés enquanto atendia quem estava mais com fome e assim ia tentando”, recorda.
O pai das meninas saiu de casa quando elas tinham menos de seis meses . As irmãs entraram na escola com dois anos e meio, época em que começaram a surgir os questionamentos sobre o assunto. Sidnéia nunca escondeu nada e sempre foi explicando aos poucos a realidade. “Elas foram entendendo e hoje somos bem resolvidas. Se alguém as questiona sobre o assunto do pai, elas já dizem: temos só Mamãe. Mas preferem não falar sobre isso”.
Hoje em dia, já não têm mais contato com o pai. Por conta da situação, nos últimos anos a mãe das quíntuplas tem dedicação exclusiva à família e abriu mão de vida social, trabalho e lazeres como novelas e filmes desde que nasceram. Desde o início, conta com a ajuda dos três irmãos, das tias, primas e madrinhas para conseguir dar conta de tudo. Hoje que as meninas estão com 8 anos, Sidnéia afirma que a independência delas em algumas coisas já está deixando as coisas mais tranquilas e pode cuidar um pouco mais de si agora.
As quíntuplas estão sempre juntas! Na escola, estudam na mesma turma, fazem balé, aula de violão, cursinhos. São bem unidas. “Somente nas férias que costumam ficar separadas. Vão para a casa da minha irmã (Selma) e da minha prima (Paula), então fazemos revezamento: vão de duplas e ficam de dois a três dias e trocam. Então quando todas foram, finalizamos um dia com todas juntas”. Mas as irmãs sempre ficam mandando mensagens uma para outra, pois sentem falta.
As personalidades são bem fortes, mas cada uma tem seu jeito. “Vitória é mais calma, organizada e cuidadosa com as suas coisas, Samanta é supervaidosa, gosta de maquiagens e acessórios, Isadora é muito atenciosa, interage com as outras irmãs, gosta de comandar as brincadeiras, Evelin adora brincar e gosta de super-heróis e Poliana está sempre inventando algo, gosta muito de futebol.” Dependendo do dia, uma é mais amiga da outra, mas isso tem sempre um revezamento. “São muito amigas umas das outras”.
“A melhor hora do dia é quando, apesar de toda a correria, sentamos para o almoço e discutimos sobre todos os tipos de assunto”. As meninas perguntam muito, conta a mãe, e às vezes o papo acaba em uma piada ou brincadeira. Também os momentos em que vão todas para a mesma cama (a da mãe, é claro) rendem aqueles encontros que toda família costuma gostar: conversa aqui, brinca aqui, uma faz massagem, a outra faz carinho. “Outra coisa bem bacana que fizemos é que cada noite uma das meninas dorme na minha cama comigo. Além de me fazer companhia, assim consigo dar mais atenção para cada uma. A ordem de quem vai dormir são elas mesmas que combinam. Mas eu tenho duas noites que durmo sozinha, são a folga da mamãe”, conta.
De manhã, Evelin, Isadora, Poliana, Samanta e Vitória acordam às 8h30min e tomam café da manhã, fazem tarefas, brincam, brigam às vezes quando não tem nenhuma atividade na parte da manhã, assistem TV. Em dias alternados, fazem balé, violão e uma vez por semana aula de informática.
Às 11h30min é horário do almoço, seguida da escovação de dentes, colocar os uniformes e preparar os lanches para escola, onde entram às 13h.
De tarde é a vez de Sidnéia cuidar sozinha da casa (louça, limpeza, supermercado). Voltam às 17h30min da escola e tem mais rotina: fazem um lanche, descansam e brincam. Por volta das 20h30min, tomam banho, jantam e fazem o tema de casa. Às 22h30min, todas têm que ir dormir.
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