No Brasil, elas são conhecidas como “gêmeas do nado sincronizado”, “gêmeas do vôlei” e “gêmeas do polo aquático”. Aqui, confira o papo com Bia & Branca, Monique & Michele e Amanda & Tess.
Tudo começou quando elas começaram a fazer as mesmas atividades esportivas na infância. Com 3 anos de idade, já estavam na natação e na ginástica juntas. Eram apaixonadas pela Pequena Sereia e passaram a pedir aos pais – “implorar”, diz Bia – para entrarem no nado sincronizado. O desejo foi atendido quando elas fizeram 7 anos. Desde então, Bia e Branca começaram a se destacar.
O fato de serem gêmeas idênticas no esporte causou alguns tipos de situações que Bia e Branca se divertem ao contar. Como ao se apresentarem para provas individuais, alguém chamar uma delas e dizer: “Hey, você não de novo, já foi a sua vez!”. E aí precisavam explicar que, na verdade, era a outra irmã que já tinha feito a prova.
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As gêmeas do nado sincronizado conquistaram o segundo lugar no Pan-Americano Júnior de Orlando (2005), ganharam bronze por equipes nos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio, bronze em dois abertos de nado sincronizado, e ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2010 e competiram nos Jogos Olímpicos de 2016, ficando em 6º lugar. Hoje aos 30 anos, como ex-atletas, estão focadas na carreira artística.
– A melhor parte de ter minha irmã comigo na carreira é que ela me dá suporte, me corrige, me dá um puxão de orelha extra (risos). É muito melhor compartilhar esta alegria e felicidade com ela, é tudo multiplicado. Ela é meu maior incentivo e vice-versa – contou Bia à Me Two.
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Elas sempre fizeram tudo junto: começaram na natação do Fluminense, fizeram por 10 anos e cansaram. A irmã mais velha de Monique e Michelle Pavão estava na escolinha de vôlei do clube, de modo que as gêmeas sempre davam uma passadinha nos treinos. Um dia a professora chamou a dupla para uma aula e… Depois disso, nunca mais fizeram outra coisa!
– A melhor parte de ter minha irmã gêmea na mesma carreira esportiva é que ela entende exatamente como eu me sinto. Nós conversamos muito sobre o assunto e isso facilita na hora de ter que resolver algum problema, pois as duas estão fazendo a mesma coisa. A opinião dela me ajuda muito dentro e fora das quadras – contou Monique.
Monique e Michelle atuaram juntas no Macaé e no Rio de Janeiro entre os anos de 2004 e 2010. Em 2011, Monique foi para o Praia Clube-MG e Michelle para o Sesi-SP. Após um ano na equipe paulista, a ponteira juntou-se à irmã na equipe de Uberlândia em 2012. As duas atuaram juntas até 2014, depois cada uma foi contratada por times de cidades diferentes. Algumas vezes já chegaram a disputar partidas uma contra a outra! Atualmente, aos 32 anos, Monique joga no Sesc RJ, e Michelle mora em Uberlândia, jogando no Praia Clube.
– Somos muito grudadas e falamos todos os dias no telefone, Facetime, contamos tudo da nossa vida! Não sei ficar um dia sem falar com ela, me sinto estranha e quando isso acontece, parece que falta alguma coisa.
Elas jogaram juntas por três anos no Rio, no time comandado por Bernardinho. E mesmo ao longo de todo esse tempo, o técnico não aprendeu a diferenciar as duas! A forma de identificação era nos detalhes: elas usavam tênis de cores diferentes e penteados também (ou coque ou trança). Mesmo assim, ele volta e meia se confundia. Certa vez, um membro da comissão técnica propôs uma pegadinha: elas passariam o dia com tudo invertido, os tênis e os acessórios. Adivinha o que aconteceu? Bernardinho não desconfiou de nada.
Quando revelaram o trote, todo mundo caiu na gargalhada. E estas confusões também aconteciam na categoria de base do Fluminense. Monique e Michelle estavam no mesmo time que as univitelinas Mariana e Fernanda. As 4 eram titulares! – Você olhava e era aquele monte de jogadora igual – conta Monique, rindo muito. – Os juízes sempre apontavam algum erro de rodízio, confundiam nosso número da camisa, os técnicos também confundiam na hora de dar esporro (risos). Era para uma e outra que acabava ouvindo!
Elas sempre praticaram esportes juntas. Começaram com a natação competitiva e depois foram para o polo aquático com 13 anos. Já no primeiro dia de prática, Tess começou no gol e Amanda foi jogar na linha. As irmãs consideram ótima esta diferença de função, pois nunca tiveram que competir uma com a outra para conseguir vaga no time.
– Acho que por isso nosso companheirismo no esporte foi ainda maior, com uma sempre incentivando a outra – conta Amanda na entrevista. – Quando tinham dias difíceis, minha irmã sempre estava lá para dar uma força e vice versa.
Por Tess ser goleira, ela sempre dava dicas da perspectiva dela para Amanda, ajudando a melhorar seus chutes ao gol e a parte defensiva.
– Nossa confiança uma na outra como jogadoras era muito grande – conta Amanda.
Atualmente, com 31 anos, moram em São Paulo e já se aposentaram depois das Olimpíadas, que participaram em 2016 na estreia do polo feminino. Depois do Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, Tess e Amanda haviam dado uma pausa na carreira de atleta e estavam no ramo do marketing esportivo. Nos jogos Pan-Americanos de 2003, elas ganharam a medalha de bronze.
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