Às vésperas de embarcar para a China, Licieri conversou com a Me Two para contar detalhes dessa aventura. Seu lema desde que os pitocos nasceram é: por mais crianças viajando! O quarteto partiu em 10 de abril de 2018, logo depois dos gêmeos completarem dois anos, carregando 2 malas de 23kg e 1 mochila pra cada um. E desde então já rodaram muitos e muitos países acumulando memórias e vivências junto com seus dois filhotes. Vem seguir com a gente a viagem aqui para saber tudo!
O casal é de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, mas mora na Capital paulista há muitos anos e ambos trabalhavam na indústria farmacêutica. O desejo de viajar o máximo de tempo possível sempre os motivava a tirar férias de 30 dias e aproveitar cada minuto de tempo em outros lugares e culturas. A ideia de tirar um “sabático” começou a amadurecer. Planilhas para cá, planilhas para lá, passaram a guardar dinheiro enquanto a vida ia acontecendo… E aí surgiu o projeto “filhos” em primeiro lugar.
– Depois de quatro anos juntos e sempre pensando nesse sonho, desejamos antecipar e colocar a gravidez na frente da viagem. E quando os filhos viessem? Pesquisamos sobre famílias viajando pelo mundo e vimos que seria possível – conta Licieri.
A ideia era ter um bebê e depois de um ou dois anos ter outro. E então os gêmeos vieram de surpresa! E o planejamento foi antecipado para quando eles tivessem dois aninhos.
–Pensamos que seria bacana para quando eles tivessem 4 anos e estivessem maiores, mais fáceis de cuidar. Mas aí a gente olhava pra eles tão pequenos e pensávamos que teríamos que ficar muito ausentes por causa do trabalho, então a gente talvez aproveitasse mais agora, antes que eles fossem para a escola – relata.
O plano é ficar um ano e meio. O roteiro começou pela Nova Zelândia e Austrália. Na sequência, 10 meses na Ásia, onde já conheceram Japão, Indonésia, Malásia, Singapura, Filipinas e Coreia. Depois da China, seguem para Vietnã, Laos, Camboja, Tailândia.. Em abril a viagem segue para Europa e alguns países da África como Marrocos. India e Emirados talvez sejam incluídos no roteiro. Lugares que não seriam adequados para os bebês foram descartados do tour, como o Nepal, devido à altitude, ou o deserto australiano.
– Nosso planejamento do roteiro fica no limite entre o que a gente quer muito conhecer e o que é factível para eles – conta a mãe.
Antes de partirem para a volta ao mundo, fizeram alguns test-drives pelo Brasil e a adaptação sempre foi ótima. Os meninos dormiam o voo inteiro, ficavam superbem.
– O mais importante para eles era estar com a gente e não fazia diferença se era a mesma a casa, a mesma cama. Inclusive em vários dias tinha sido mais fácil cuidar deles na Itália do que em casa, por exemplo, porque estavam os dois juntos, Rafael e eu, tirando muitas vezes o foco de mamou direito ou não, fez coco ou não… Tudo assim, sem neura – diz Licieri.
A família fica hospedada em casas pelo Airbnb ou pequenos hotéis e pousadas.
– Ficar numa residência dá mais privacidade e é bom para manter a rotina e o tipo de alimentação que eles têm. Como em Bali, por exemplo, comida com muito tempero diferente da nossa, a gente conseguia preparar algo em casa para levar nos passeios – diz a mãe de Antônio e Gabriel.
Na Nova Zelândia e na Austrália, ficaram em um “casas sobre rodas”. Em NZ, por medo de que fosse difícil dirigir um carro muito grande, alugaram o chamado “campervan” e passaram aperto, literalmente, por um pouco mais de um mês. A cama precisava ser desmontada e montada todos os dias e a cadeirinha das crianças também, o que dava muito trabalho. Além disso, nos dias de muito frio e chuva, não tinha o que fazer lá dentro com os meninos. Depois da primeira experiência, na Austrália, ficaram duas semanas em um motorhome grande e aí foi nota 10!
– Tínhamos fogão com forno, micro-ondas, chuveiro com aquecedor a gás, ar condicionado e aquecedor. Um verdadeira casa! E ainda com a vantagem de podermos levá-la a todos os lugares e ter um quintal diferente a cada dia.
– Eles estão se desenvolvendo e aprendendo muito aqui. Antonio rolou pela primeira vez na Itália, Gabriel aprendeu a caminhar em Portugal, depois em duas semanas na Nova Zelândia deslanchou a falar… Viajar melhora mesmo o desenvolvimento da criança. Acredito que pode ser um final de semana fora da rotina que já impacta nas crianças terem novas experiências. Eles ganham por estarem junto com os pais e por terem estímulos – conta.
Para o acompanhamento dos meninos em relação à saúde, Licieri conta com a ajuda de conhecidos pelos lugares onde passa e marca consulta para ambos em dentistas, programa a data das vacinas, pesa e mede as crianças, tudo isso com uma pediatra brasileira que a socorre à distância por telefone quando necessário.
Por onde passam, já sabem que irão receber reações de surpresa e carinho, acolhimento.
– Viajar com crianças é ganhar sorrisos o tempo todo e também ganhar ajuda. Já aprendemos a falar as palavras “fofo” e “gêmeos” por causa disso em várias línguas.
E outra frase que sempre ouvem de outras pessoas é se os gêmeos não seriam muito pequenos para recordar da viagem no futuro.
– Eu digo que provavelmente não vão lembrar das coisas que estão vivendo aqui, mas com certeza tudo isso vai fazer muita diferença na vidinha deles lá no futuro, por terem passado todo esse tempo com a gente e as nossas experiências juntas. Esta bagagem fica gravadinha no coração.
Foram seis anos de economias em dupla para atingir este objetivo. E o apartamento do casal foi alugado até o retorno da viagem, o que gera uma renda mensal extra.
– Programem-se para viajar com seus filhos. É incrível e é possível! As crianças precisam de muito menos coisas do que a gente imagina! Não precisa arrastar banheira e um monte de brinquedos para tudo quanto é lugar. Dá banho no chuveiro no colo mesmo… E existe criança em todos os lugares do mundo, então se esquecer ou faltar fraldas, leites, chupeta, você consegue achar. Tudo vai dar certo! Basta ter um pouco de desapego – concluiu a médica.
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