Sócias na Twins Inteligência Imobiliária, as “manas” – forma carinhosa com que se chamam e como são conhecidas por toda a cidade de Cidreira, onde nasceram e viveram – compartilham seu dia a dia da vida pessoal e do trabalho no Instagram (@vanessatwin1 e @viviantwin2).
Aliás, foi um seguidor das gêmeas univitelinas que sugeriu a “dobradinha” nas redes sociais: ele percebeu que as postagens delas juntas tinha curtidas e comentários duplicados. Surgiram assim as Twins, em 2015, com cada uma divulgando apenas fotos pessoais e frases motivacionais. Vanessa e Vivian trabalhavam em empresas diferentes como corretoras de imóveis, até decidirem unir forças no ano seguinte. Desde então, usam suas diferenças de personalidade também na vida de empreendedora.
– Somos iguais, mas somos bem diferentes. Uma é mais calma, a outra mais extrovertida e impulsiva – conta Vanessa Twin 1, a metade mais tranquila da dupla, aos risos, em papo com a Me Two. – Nós duas nos entendemos só pelo olhar. Nós nos aconselhamos, não julgamos uma à outra. É como se eu estivesse no meu corpo dela e ela no meu.
O período de quase quatro anos em que ficaram separadas ainda dói quando é mencionado. De 2004 a 2008, elas ficaram bem afastadas por causa do casamento de Vanessa, que se mudou da praia para morar em Viamão. Falavam-se com menos frequência e viam-se pouco. Nessa época, Vivian – a Twin 2 – estava solteira e morava com os pais.
– Foi uma etapa da nossa vida bem diferente. Eu tinha outros amigos, experimentei uma grande união com meu pai e minha mãe, pois todas as outras filhas já tinham saído de casa. Foi um momento de grande aprendizado, mas o amor de gêmeas é um amor tão diferente! Não foi fácil – relata Vivian, que em 2008 se casou e foi morar na Capital, mais perto da irmã.
Ambas viraram mães e, ao contrário do que todo mundo pergunta, não… não são gêmeos! Vivian tem um filho, Henrique (8 anos), e Vanessa tem duas crianças, Vicente (6 anos) e Davi (4). Após o nascimento do segundo bebê, Vanessa teve um período de depressão pós-parto. E foi a “mana” Vivian, formada em Psicologia, que identificou os sinais.
– Como vibramos na mesma energia, temos a sensibilidade de intuir o que a outra está sentindo.
As Twins aqui compartilham algumas histórias da vida de gêmeas que muitos outros irmãos também vão se identificar (e alô, pais de gêmeos, tem recadinho para vocês também!)
Os pais das meninas as vestiam iguais desde bebê, primeiro com modelos iguais e depois com cores diferentes com o passar do tempo, por exemplo a Vanessa de azul e Vivian de vermelho. É claro que sempre chamavam atenção por onde andavam.
– Numa cidade maior, acho que os gêmeos até passam mais despercebidos. Na verdade, acho que nunca passam despercebidos, não… Mas numa cidade pequena, você sabe que é diferente e aprende a tirar vantagem disso. Já sofremos bullying, mas aprendemos a nos destacar – contam.
Depois que passaram a decidir o que podíamos usar, seguiram usando roupas iguais ou parecidas.
– Hoje em dia, 90% do nosso guarda-roupa é igual, a gente gosta muito disso, curte bastante e se diverte. Estamos hoje em dia sempre de mala e cuida da casa uma pra outra (risos).
A semelhança física já proporcionou situações engraçadas, como quando ambas participaram do Garota Verão (concurso de beleza tradicional do RS) aos 16 anos. Uma foi representado Nova Tramandaí, e a outra Oásis do Sul, e as duas “concorrentes” se classificaram para a semifinal.
– Usamos biquínis iguais, deu confusão na cabeça dos jurados – recordam.
Carteira de motorista? Ambas usavam a mesma. Também só uma estava matriculada no cursinho pré-vestibular, pois os pais não tinham condições de pagar duas vagas. Vivian cursava as exatas, Vanessa ia nas aulas de humanas.
– Nossos pais lecionavam em escola pública e nós fizemos licenciatura em Letras. Por vir de uma família humilde e por sermos duas, era um custo mais alto para a família, uniforme em dobro, material escolar em dobro. Mas nunca deixamos de sonhar e anos depois fizemos vestibular juntas – conta Vanessa, que cursou Direito, enquanto Vivian se formou em Psicologia.
Durante o cursinho preparatório, aliás, uma daquelas confusões “clássicas” entre irmãos univitelinos: um garoto ficou apaixonado por Vanessa “e aí já viu”, como dizem as irmãs.
– Tínhamos que conversar sobre o garoto para ele não desconfiar. A mana não deixava ele beijá-la, era uma função. Até que no último dia de cursinho, fomos as duas juntas – recordam, rindo.
Da sua criação, as manas guardam lembranças de terem sempre estudado juntas, o que foi considerado muito positivo para as duas. E deixam como dica maior o constante diálogo e a escuta:
– É preciso ter o feeling sobre o que a criança quer. Se os irmãos querem dormir na mesma cama, por exemplo, os pais precisam escutar. Lembro que a gente até apanhou por dormir na mesma cama. Uma hora nossa mãe desistiu. Então os pais não precisam antecipar as preocupações! Não precisa se preocupar se um vai ser mais fraco que o outro ou não atingir seu objetivo. Cada filho tem sua vontade própria, então não é porque um irmão vai fazer que o outro tem que fazer também.
GÊMEOS QUE BOMBAM NO INSTAGRAM