A especialista desta semana é uma profissional com 17 anos no mercado, a enfermeira neonatal Michele Ferreira, Mestranda em Avaliação, Produção e Inovação de Tecnologias para o SUS, que além de trabalhar como consultora em amamentação e cuidados materno-infantil, é idealizadora do site Sling Aconchego , no qual aborda “questões sobre este tema.
Segundo Michele, temos muitas histórias de sucesso no aleitamento materno exclusivo de gêmeos.
Costumo falar que o leite materno é produzido no peito e na “mente” da mulher, ou seja, a sua disponibilidade emocional e física para se dedicar em tempo integral nas primeiras semanas de vida aos bebês é fundamental para a produção de dois hormônios chamados prolactina e ocitocina. A prolactina está relacionada ao consumo, ou seja, quanto mais o bebê suga, mais leite será produzido. Dessa forma, a mulher que tem mais de um bebê produzirá conforme a necessidade de seus bebês, inclusive com os nutrientes necessários.
A ocitocina é o hormônio envolvido na conexão e vínculo e responsável pela saída do leite no seio. Sua produção está diretamente ligada a questões emocionais.
Para isso, é fundamental que a mulher, junto com seu companheiro e familiares próximos, se preparem com informações sobre os cuidados e amamentação desde o Pré-Natal, e que principalmente durante os primeiros meses de vida dos bebês alguma pessoa bem próxima esteja disponível para cuidar da mãe, de sua alimentação e dos cuidados da casa, para que ela tenha disposição para os cuidados aos bebês.
Algumas pesquisas mostram que o vínculo mais próximo e precoce entre mãe e os bebês, associada à amamentação, aumenta a produção de ocitocina. Com isso a mãe consegue se sentir mais segura para identificar as necessidades dos bebês, e eles choram menos, são mais alertas e interagem mais com a mãe e o pai.
Esta prática também é importante para que o bebê alterne o posicionamento de mamar. Em caso de trigêmeos ou mais, é necessário realizar um rodízio onde cada bebê tenha oportunidade de sugar e de aproveitar o leite materno em diferentes momentos.
Em caso de gêmeos que necessitam de internação Neonatal e não podem ser amamentados logo após o nascimento, é importante que a mãe retire o leite a cada três horas para manter a produção de leite para o momento em que possa alimentar seus filhos.
Em geral, quando a mulher é bem orientada, apoiada e se sente segura, o complemento com fórmulas lácteas não é necessário. Os bebês mamam de 8 a 12 vezes por dia, e conforme vão crescendo, as mamadas duram menos tempo e os intervalos entre elas se tornam maiores. ”
Michele Ferreira é enfermeira pós-graduada em Neonatologia. Contato pelo e-mail: aconchegoblog@gmail.com
Instagram: @enfmicheleferreira
Quer saber mais sobre amamentação? Clique aqui e confira o vídeo da nutricionista Julia Melnick.
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